quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Série DA: continuação - nutrologia e outros transtornos alimentares


Por: Dra. Marcela Tanus Gontijo* 

Desordem de ingestão de alimentos esquiva / restritiva

A prevalência desta desordem alimentar é de aproximadamente 5 a 15%. O início da doença ocorre geralmente na infância e pode persistir na idade adulta. As características clínicas incluem: baixo peso, com um índice de massa corporal médio. Além disso, a densidade mineral óssea, é geralmente diminuída. O transtorno de ansiedade está presente em cerca de 50% desses pacientes.

O diagnóstico
http://jewishly61.rssing.com/chan-44643002/all_p1.html
DSM-5 da desordem de ingestão de alimentos esquiva / restritiva requer:
Evitar ou restringir a ingestão de alimentos, o que pode ser baseado em falta de interesse pelos  alimentos, pelas características sensoriais dos alimentos, ou uma resposta negativa associada a ingestão de alimentos (por exemplo, asfixia). O comportamento alimentar leva a uma incapacidade persistente para satisfazer as necessidades nutricionais e / ou de energia, que se manifesta por, pelo menos, um dos seguintes:
> perda de peso clinicamente significativa, ou em crianças, o crescimento reduzido, com falha em atingir o ganho de peso esperado
> Deficiência nutricional
> Necessidade de alimentação enteral ou suplementos nutricionais orais para fornecer a ingestão adequada
> a perturbação da alimentação não é devido à falta de alimentos disponíveis
> a perturbação não ocorre exclusivamente no decurso da anorexia nervosa e bulimia nervosa, e não há distorção da imagem
> o distúrbio não é devido a uma condição médica geral (por exemplo, doenças gastrointestinais, alergias alimentares, ou malignidade oculta) ou outro transtorno mental.

Transtorno de compulsão alimentar

http://vanessaroriz.blogspot.com.br
A idade média de aparecimento é de aproximadamente 23 anos. Pacientes com transtorno de compulsão alimentar geralmente sofrem outra psicopatologia associada e/ou risco de desenvolver uma doença crônica, como obesidade,  hipertensão arterial ou diabetes mellitus.

O diagnóstico DSM-5 de transtorno de compulsão alimentar requer cada um dos seguintes:
Os episódios de compulsão alimentar, definida como consumir uma quantidade de alimentos em um período limitado de tempo (por exemplo, duas horas) que é definitivamente maior do que o que a maioria das pessoas consumiria em um período de tempo semelhante em circunstâncias semelhantes.
Episódios de compulsão alimentar são marcados por pelo menos três dos seguintes procedimentos:
• Comer mais rapidamente do que o normal
• Comer até sentir desconfortavelmente cheio
• Comer grandes quantidades de alimentos quando não sentem fome
• Comer sozinho por causa do desconforto/vergonha pela quantidade de alimento consumido
• Sentimento com nojo de si mesmo, deprimido ou culpado depois de comer demais
● episódios ocorrem, em média, pelo menos uma vez por semana durante três meses
● Sem regularidade em comportamentos compensatórios inadequados (por exemplo, purga, jejum ou exercício excessivo) como são vistos na bulimia nervosa
● Compulsão alimentar não ocorre exclusivamente durante o curso da bulimia nervosa ou anorexia nervosa



A prevalência de compulsão alimentar, aumenta com o aumento de peso, entretanto, cerca de 50% dos pacientes com transtorno de compulsão alimentar são de peso normal.

*Dra. Marcela Tanus Gontijo – Clínica Médica/ Nutrologia– CRM-MG 52.721. 
Consultório: Rua sete de setembro, num 2716, sala 203 – MedicalCenter – Centro, Gov. Valadares/MG. 

Tel:(33) 3025-2522

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Série DA: Anorexia - Nutrologia

Por: Dra. Marcela Gontijo*

Muitos aspectos culturais, incluem uma obsessão pela a perda de peso. As revistas femininas, muitas vezes incluem histórias sobre controle de peso, dieta, ou como aumentar grupos musculares específicos. Modelos e atores muitas vezes exibem um nível de magreza que é difícil de alcançar, programas de computador são usados para alterar fotografias, e alguns atletas implacavelmente perseguem um corpo mais magro para melhorar o desempenho. Essa preocupação com o corpo “ideal” associado ao padrão de beleza da atualidade, muitas vezes se estende aos adolescentes, transformando-se em doença.
http://www.afh.bio.br/digest/digest5.asp
Os transtornos alimentares são caracterizados por uma perturbação persistente da alimentação que prejudica a saúde e o funcionamento psicossocial do indivíduo. Os distúrbios incluem anorexia nervosa,  desordem da ingestão de alimentos esquiva / restritiva, transtorno de compulsão alimentar, bulimia nervosa, pica e transtorno de ruminação. Os diagnósticos são baseados em critérios da Associação Psiquiátrica Americana e Manual Estatístico de Transtornos Mentais, Quinta Edição (DSM-5).
Alguns questionários tem sido desenvolvidos, com objetivo de triagem para pacientes com possível transtorno alimentar, podemos destacar o questionário SCOFF, que inclui 5 perguntas diretas.
Não há consenso sobre as causas dos transtornos alimentares. Uma combinação de fatores genéticos, biológicos, psicológicos, familiares, ambientais e fatores sociais, provavelmente, contribuem para o desenvolvimento de um distúrbio alimentar.

Anorexia Nervosa

É um transtorno alimentar que faz com que as pessoas percam mais peso do que é saudável. Para perder peso, as pessoas comem muito pouco ou não comem, mesmo quando estão com fome, pensam que estão gordas, mesmo quando eles estão abaixo do peso e não entendem que o seu baixo peso corporal pode causar sérios problemas de saúde.
A anorexia nervosa tem uma prevalência estimada de 0,9% nas mulheres e de 0,3% nos homens. O diagnóstico requer cada um dos critérios listados na tabela abaixo.

De acordo com o DSM-5, o diagnóstico da anorexia nervosa requer cada um dos seguintes:
restrição da ingestão de energia que leva a um baixo peso corporal, pela idade do paciente, sexo, grau de desenvolvimento e saúde física
medo intenso de ganhar peso ou ficar gorda, ou o comportamento persistente que impede o ganho de peso, apesar de estar abaixo do peso
percepção distorcida do peso corporal e forma ou a negação de seu baixo peso corporal
*Amenorreia, no DSM-5 foi eliminada como critério

Não existe nenhum teste direto para diagnóstico de anorexia nervosa, mas o médico, através de uma anamnese detalhada e solicitação de alguns exames laboratoriais como exames de sangue, urina e eletrocardiograma, pode fazer este diagnóstico e programar o tratamento.
A anorexia nervosa pode levar a vários e sérios problemas de saúde, já que o corpo e o cérebro não recebem a nutrição que precisam. As complicações incluem problemas no cérebro, coração (atrofia do miocárdio, prolapso da válvula mitral, derrame pericárdico, bradicardia), pulmões, fígado, rim, e glândulas (amenorréia hipotalâmica funcional, problemas pré-natal e pós-parto), perda óssea (osteoporose), gastroparesia, fraqueza muscular, inchaço e problemas para ter evacuações (constipação), queda do cabelo e unhas quebradiças, sensação de frio constante e cansaço intenso. Além disso, pode coexistir, depressão, problemas com o sono, memória ou concentração, ansiedade, abuso de álcool ou drogas
http://saude.umcomo.com.br/articulo
O tratamento da anorexia nervosa envolve o acompanhamento das condições clínicas e exames laboratoriais, prescrição de medicamentos, acompanhamento visando o ganho ponderal, psicoterapia (com o paciente e familiares), portanto o ideal é o acompanhamento multidisciplinar com nutrólogo, psiquiatra, nutricionista e psicólogo.
Algumas pessoas podem ser tratadas em casa, mas outros precisam ser tratados no hospital,dependendo dos sintomas clínicos, peso e estado de saúde. O tratamento para a anorexia nervosa pode ser difícil e pode levar um longo tempo. A recuperação completa pode levar anos. Após o tratamento, muitas pessoas ficam curadas, mas as recaídas não são raras. Para evitar uma recaída, o plano terapêutico deve ser seguido rigorosamente, com acompanhamento regular  pela equipe assistente. 

*Dra. Marcela Tanus Gontijo – Clínica Médica/ Nutrologia– CRM-MG 52.721. 
Consultório: Rua sete de setembro, num 2716, sala 203 – MedicalCenter – Centro, Gov. Valadares/MG. 
Tel:(33) 3025-2522

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Série DA: O que são os distúrbios alimentares!

Por: Marcela Otoni *

Distúrbios ou transtornos de conduta alimentar são um conjunto de doenças psíquicas causadas por uma relação adoecida com a comida, e muitas vezes, acompanhada de uma disfunção na autoimagem corporal (na maneira como a pessoa se vê, enxerga o seu corpo).
http://www.pdhpsicologia.com.br/disturbios-psicologicos-mais-comuns/transtornos-alimentares/
Nestes casos, a quantidade de alimento ingerida pela pessoa fica alterada, tanto pode ser uma pessoa que come excessivamente, quanto uma que restringe praticamente todos os alimentos e quantidades.
existem alguns tipos de transtornos alimentares: anorexia, bulimia, compulsão alimentar, ortorexia e vigorexia (nos pots seguintes falaremos de cada um deles).
A maior frequência de aparecimento destes distúrbios acontecem na adolescência ou em adultos jovens, principalmente do sexo feminino. Contudo, pode ocorrer também, com menor frequência, em crianças ou idosos e pessoas do sexo masculino.
As causas destes transtornos são várias: predisposição genética,  fatores biológicos, emocionais e culturais.        
http://www.lookfordiagnosis.com
Muitas vezes, o transtorno pode ter como fator desencadeante algum evento significativo: separações, perdas, doenças orgânicas, mudanças, depressão ou ansiedade.
A incidência destes tipos de distúrbios tem aumentado significativamente nas ultimas décadas, esse crescimento tem sido relacionado às questões culturais e à mídia. O culto ao corpo imposto pela sociedade atual, amplamente divulgada pelos meios de comunicação, faz com que as pessoas se sintam pressionadas a se encaixar num padrão estético extremamente restrito e que não respeita o perfil biológico da maioria da população. Para tanto, são divulgadas milhares de dietas, medicamentos e atividades físicas não direcionadas por profissionais, que prometem o tão desejado padrão de beleza num passe de mágica. Ao mesmo tempo, existem cada vez mais, alimentos hipercalóricos e porções cada vez maiores em fast-foods e supermercados. Os extremos estão na moda.
http://www.nutrilais.com/2011/06/transtornos-alimentares-compulsao.html

O tratamento para estes casos, requer uma equipe multidisciplinar (psicólogo, psiquiatra, nutricionista, nutrólogo, médico clínico geral, hebiatra ou pediatra) para se obter um bom resultado. Quanto mais cedo o diagnóstico for feito, mais chances de um tratamento eficaz e menores danos à saúde geral do indivíduo, já que o prognóstico não costuma ser muito bom. É fundamental trabalhar com a prevenção, identificando comportamentos e grupos de risco. Por isso, se você tem um adolescente em casa, ou um esportista (existe uma maior incidência de casos entre praticantes de esportes, principalmente profissionais), fique ligado nos sintomas e qualquer dúvida entre em contato com um profissional. Lembre-se quanto mais cedo o diagnóstico, melhor!


*Marcela Otoni: psicóloga, mestre, especialista em psicanálise infantil e do adolescente, com formação em psicanálise de casal e família.
Consultório: rua Marechal Floriano, n°600 sala 101 - Centro - Governador Valadares/MG
Tel:33 32711572